terça-feira, 6 de setembro de 2011

Estuda quem tem juízo jornal 223 set 2011

ESTUDA QUEM TEM JUÍZO!
Sempre que os pais percebem que seus filhos não estão se interessando pelos estudos comentam como era a organização nas escolas em sua época, quando, se o aluno não se esforçasse para melhorar seu rendimento escolar, era cobrado através de notas. Se não tivesse um desempenho razoável, era reprovado. Perdia um ano de escola, tinha que recomeçar do zero aquela série. Por isso, a cobrança dos pais também era maior. Alunos indisciplinados eram advertidos e, caso continuassem com o mesmo comportamento, suspensos por um, três e até mais dias, chegando até a serem expulsos da escola. Estes precisavam recorrer a escolas particulares para continuarem seus estudos. Depois chegou a época em que, para não haver expulsão, o aluno era transferido de escola.

Tudo isso, atualmente, é considerado uma agressão ao aluno e ao seu direito de estudar. Precisamos motivá-lo. Para isso, recebe do Governo material escolar completo, uniforme e alimentação. Só que, aluno que não tem vontade de estudar por motivos variados como a falta de incentivo no lar, ou mesmo famílias desestruturadas, pais que trabalham e não conseguem acompanhar o desempenho do filho, e ainda, o sistema novo de ensino, em ciclos, isto é, o aluno só é reprovado no final de ciclos, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental.

Não adianta falar para este aluno que ele precisa se esforçar nos estudos e que o conhecimento obtido na escola pública será importante para obter uma vida social plena e independência financeira.

Aprender exige esforço mental e físico. Aparelhos eletrônicos de última geração desviam a atenção de muitos alunos em sala de aula e, numa conversa informal sobre este assunto, numa sala de EJA – Educação Para Jovens e Adultos, já que muitos são pais e até avós de adolescentes, disse-lhes: “Hoje em dia, estuda quem tem juízo!”.

Tenho convicção de que não é por imposição que faremos com que o aluno estude, pois o aluno de hoje é bem diferente daquela criança que, por exemplo, eu fui e que aceitava o sistema de ensino daquela época, mas é preciso um pouco mais de ação e criatividade de todos nós, educadores, pais e Governo para mudar este jogo. Algo precisa ser feito para modificar a história daqueles que não se interessam pelos estudos e, certamente, arrepender-se-ão mais tarde, tendo talvez até que voltar aos estudos depois de adultos em busca do tempo perdido.